quarta-feira, 11 de maio de 2011

Desenhando o chão [Por: Marcus Lobo]

Não poderia deixar de externar minhas expressões sobre o processo que estou vivendo junto ao grupo [Ágata Matos, Jéssica Andrade, Marco Kipman, Mirela Gonzalez, Romeran Ribeiro, Salete Saraiva ] sobre os cuidados de Lilih Curi.
O trabalho com “Fando e Liz” de Fernando Arrabal, chegou até mim, de modo inusitado, quando em busca de um roteiro para nossa mostra final, Romeran Propôs a leitura dessa obra, me disponibilizei a trabalhar com ele e Ágata para construir essa cena e passar aos demais.
Entender Fando parecia fácil, mesmo com todas as minhas dificuldades de achar uma dicção clara e condizente com a personagem, mas ontem, apenas ontem, consegui entender o quanto de material físico e psicológico Fando me trás. Até então estávamos presos ao trabalho corporal da cena, nossa movimentação, e truques para prender a atenção do espectador, mas Lilih me fez preparar meu cavalo ontem à tarde no nosso ultimo ensaio, ela me fez abrigar dentro do meu corpo uma fera que ate então eu resistia inconscientemente que me apoderasse, foi avassalador, foi maior que eu, eu estava ali junto a ele lutando pra não deixar que nada saísse do controle, mas deixei que ele “desenhasse no chão” e riscasse o céu da sala com suas ações masoquistas, e seus tom sarcástico, todos as provocações que Lilih me fazia ao pé do ouvido eu tentava reagir, pegava os materiais e toda aquela carga histórica que ela me dava, e partia disso para minhas ações cênicas. Foi ai que eu tive um encontro com Fando, e foi a experiência mais repugnante e deliciosa desse processo, tive um gozo em publico ontem a tarde quando terminamos a cena, pois vi que estamos no caminho certo, no caminho para Tar, para onde apontarei meu carrinho e irei, e quando chegar lá serei feliz, muito feliz.  


2 comentários:

  1. Marcus, o prazer foi meu!
    Obrigada pela confiança!!!
    Beijos

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  2. Dá-lhe garoto! Açoite esse cavalo! Ele te levará além, muito além...

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